O monitoramento e a avaliação da política industrial brasileira: desafios e perspectivas

Jackson De Toni

Resumo


Nos países em desenvolvimento, a política industrial tem sido reativada para evitar a desindustrialização precoce. Esse é caso do Brasil, que reduziu a participação industrial no PIB de 25%, em média, nos anos 1970, para os atuais 13%. Na literatura econômica, a política industrial é objeto de fortes polêmicas. Enquanto a escola ortodoxa, de corte liberal, enfatiza a desnecessidade de uma intervenção ativa, seja ela setorial, seja ela sistêmica, para apoiar setores estratégicos da indústria, a escola heterodoxa reafirma a necessidade de reconstituição do ativismo estatal neste setor. Motivada, seja por fortes externalidades, seja pelas diretrizes de um projeto nacional de desenvolvimento, o fato é que as capacidades estatais para monitorar e avaliar a política industrial são ainda recentes e incipientes. Desde o início do governo Lula em 2002, o Governo Federal tem desenvolvido diversas políticas para a indústria. O objetivo desta pesquisa é descrever, analisar e apontar os desafios e as perspectivas de avaliação dessas políticas. Ela salienta, sobretudo, os impasses metodológicos aplicados a políticas complexas, difusas, com processos decisórios protagonizados por diversos veto players.

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