Antropólogos e políticas públicas

Marta Schapira, Marta Bonizi, Cecilia Pinto

Resumo


O presente trabalho visa discutir alguns vieses da inserção dos antropólogos nas agências estatais ligadas à elaboração e implementação de políticas públicas com base nos resultados de uma pesquisa anterior feita pelas autoras. Em relação às narrativas analisadas, adverte-se que essas instituições sustentam racionalidades próprias, com saberes e ações orientadas por atores heterogêneos que ponderam de modo diferente a relação entre meios e fins de tipo técnicopolítico. O lugar do antropólogo pressupõe um entrecruzamento de lógicas que gera tensões e produz pontos de encontro, partindo do reconhecimento do conhecimento específico (Moro, 2000). Em razão dos obstáculos para uma intervenção satisfatória no âmbito de uma resolução de problemáticas sociais e comunitárias, faz-se necessária uma “objetivação participante” (Bourdieu, 2005) que facilite um processo de reflexão capaz de produzir novos conhecimentos e linguagens no que se refere aos espaços que incluem a intervenção política.

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